Agora nacional, hatch da Ford recebeu um pacote de novidades que o colocam de volta na briga dos compactos premium
A missão que a Ford reservou para o agora brasileiro New Fiesta hatch não será nada fácil: assumir a liderança do segmento dos compactos com motor acima de 1.0 litro. Não é à toa que a marca investiu em novidades até então raras ou inéditas nesse segmento, como motor de comando variável de válvulas e transmissão de dupla embreagem. A meta é interromper o sucesso de modelos como o HB20 e o Onix, que hoje viraram objeto de desejo e são vendidos em sua maioria nas versões mais caras.
O Fiesta tem credenciais para isso. Vendido em 150 países, o modelo é produzido em oito fábricas e já vendeu mais de 15 milhões de unidades na sua história e só no ano passado foram 600 mil carros. Neste ano, a unidade de São Bernardo do Campo (SP) passa a fazer parte desse esforço de produção.
A nova geração, lançada em 2007, ganhou uma reestilização que a marca batizou de Kinect 2.0 que o deixou muito mais harmônico com os novos modelos globais. Na frente, percebe-se a nova e ampla grade cromada em formato trapezoidal e o capô com várias linhas e vincos, já nas laterais poucas novidades, mas um equilíbrio de linhas - na versão Titanium (topo de linha) as rodas são de 16 polegadas com um desenho muito bonito. As lanternas altas traseiras lembram os últimos modelos da escola coreana.
O interior, apesar de parecido com a linha anterior, é totalmente inédito, assim como os bancos e laterais de porta. Os mostradores são agora na cor Ice Blue, e o plástico do painel passa a impressão de qualidade, mas são de plástico duro. No centro do painel temos o rádio com display separado e sistema Sync, criado em parceria com a Microsoft, que permite conexão de celulares via Bluetooth e leitura de mensagens de texto, mas, apesar de ter os comandos em português, ele é pouco intuitivo e os botões em formato de paralelogramo não ajudam muito. E uma derrapada: não há GPS e nem pode ser integrado ao sistema.
Motor com mais potência e menos torque
O New Fiesta 2014 é equipado com uma nova versão do motorSigma 1.6 16V, que recebeu vários aperfeiçoamentos para melhorar principalmente a economia, entre eles, duplo comando variável independente, taxa de compressão aumentada para 12:1 e sistema de partida a frio eletrônica que elimina o tanquinho de gasolina.
A grande novidade da linha 2014 é a introdução da transmissão automática PowerShift, com seis velocidades e dupla embreagem, aplicada pela primeira vez em um veículo compacto no Brasil. Com opção de trocas manuais na alavanca (ficou faltando as borboletas no volante), ela tem ainda o modo Sport, com trocas mais rápidas e em rotações mais altas.
O motor ficou 7% mais potente e 5% mais econômico e passou para 129,8 cv a 6.500 rpm quando abastecido com etanol (antes era de 115 cv a 5.500 rpm) e 125.4 cv a 6.500 rpm com gasolina (antes: 110 cv a 5.250 rpm). Curiosamente, o torque baixou e agora é de 16 kgfm a 5.000 rpm com etanol (antes 16,9 kgfm a 4.250 rpm) e 15,4 kgfm a 4.250 rpm com gasolina (antes 15,8 kgfm a 4.250 rpm).
A velocidade máxima é de 190 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 12,3 segundos com etanol, mesmos números da versão anterior. O New Fiesta 2014 Titanium recebeu classificação A no Conpet, com consumo com etanol de 7,9 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada, com gasolina os números sobem para 11,4km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada.
A versão topo de linha conta com sete airbags, sendo um de joelho, dois frontais, dois laterais e dois de cortina que vão até a traseira. Na segurança ativa temos freios antibloqueantes (ABS), além do raro controle eletrônico de estabilidade e tração.
Versão top agrada
Andando com o modelo percebemos que o acerto da suspensão está bem adaptado ao solo brasileiro, contornando as curvas em alta velocidade sem sustos. E a transmissão de dupla embreagem mais uma vez prova que é um dos melhores sistemas do mundo, aumentando o prazer de dirigir com trocas rápidas e suaves.
Comparado aos seus principais rivais, o New Fiesta Titanium oferece um motor mais potente e um câmbio mais avançado sem falar na lista de equipamentos bem mais completa como os airbags e sistemas de segurança ativa. O HB20 automático, por exemplo, é cerca de R$ 5 mil mais barato, mas traz apenas um câmbio automático de 4 velocidades e itens bem mais modestos. Se depender do produto, a Ford pode mesmo conseguir sua meta de virar a líder entre os “não compactos”. Só precisará combinar com os consumidores agora.
DADOS TÉCNICOS:
Preço - R$ 54.990
Capacidade - 5 passageiros
Velocidade máxima - 190 km/h
Consumo urbano - 11,4 km/l
Potência - 125 cv
Torque - 15,4 kgfm
Porta-malas - 281 litros