sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Primeiras Impressões: BMW i8

Esportivo híbrido, de visual exuberante, é vendido no Brasil por R$ 800 mil.
Conjunto mecânico, formado por um motor elétrico e outro 1.5 turbo, agrada.
 
 
   O "carro do futuro" voaria, diziam visionários, ainda nos anos 1960. Porém, passados quase 60 anos, eles ainda não saem do chão. Os avanços, entretanto, estão em outras áreas. Os veículos ficaram mais leves, seguros e econômicos.
 
   Um dos exemplo da evolução dos automóveis é a potência dos motores. A celebrada Lamborghini Miura, de 1966, desenvolvia 350 cavalos em seu V12 de 4 litros.
Potência parecida tem o novo esportivo da BMW, o i8, que acaba de chegar ao Brasil. Mas o cupê alemão utiliza outros aparatos para chegar aos 362 cv mais ecológico que o "veterano" italiano.

 
   Híbrido, o i8 tem dois motores. O elétrico é capaz de gerar 131 cv, enquanto o propulsor de três cilindros turbo, de 1.5 litro, se encarrega dos os outros 231 cv. Além dos 59 anos, são 8 cilindros e 2.5 litros de diferença entre o alemão e o italiano.
 
   Se eles disputassem uma prova de aceleração de 0 a 100 km/h, o i8 alcançaria a marca em 4,4 segundos, 2,3 segundos antes do Miura, de acordo com dados das fábricas.






Para poucos



   Para avaliar o BMW i8, o G1 viajou até Miami, nos Estados Unidos, onde guiou o modelo por cerca de 70 km, em trechos urbanos e de estrada.
 
   Lançado em junho de 2014, o i8 chegou ao Brasil em setembro, vendido sob encomenda em 10 concessionárias do país por R$ 799.950 -mais caro que a versão mais luxuosa do Jaguar F-Type, a Coupé R, por exemplo.
 
    O modelo faz parte da submarca i da BMW, voltada para veículos ecologicamente corretos – que também conta com o compacto elétrico i3. De acordo com a empresa, já foram vendidas 5 unidades do i8 no Brasil.
 
   Disponibilizar a linha BMW i em poucas concessionárias faz parte da estratégia da montadora. “Tivemos que preparar a rede para receber a marca i e também para atender aos carros”, diz Carlos Cortes, gerente sênior da BMW i. Funcionários de revendas foram para a Alemanha receber treinamento para lidar com materiais como fibra de carbono e termoplástico. Sem divulgar valores, Cortes afirmou que o custo de reparo do i8 é “compatível com o preço do carro”.

 

Como funciona

 
Cada motor do i8 está posicionado em um eixo. Na dianteira, o propulsor elétrico, enquanto o motor a combustão fica na parte central-traseira. Eles podem ser acionados simultaneamente ou de forma independente. Isso significa que a tração pode ser dianteira, traseira ou integral. 
 
Há quatro modos de condução. No mais “verde" deles, eDrive, o veículo utiliza apenas o motor elétrico, enviando a força apenas para as rodas dianteiras. É possível rodar a até 120 km/h apenas com eletricidade. Dessa forma, o esportivo não emite poluentes e não há ruído – ouve-se apenas o atrito dos pneus com o solo.
 
No modo Eco Pro, o motor a combustão é acionado quando o nível da bateria alcança um índice muito baixo. Além disso, ele diminui a intensidade do ar-condicionado, tudo em função da melhora no consumo de combustível. Nesse modo, a marca afirma que o i8 roda até 47 km com um litro de gasolina.
 
O Comfort acelera até os 60 km/h com o motor elétrico. Ele prioriza esse tipo de propulsão em saídas de semáforos e ultrapassagens. Quando necessário, alterna os dois motores.
 
O modo Sport é o mais esportivo dos quatro disponíveis. Nele, os dois motores são acionados ao mesmo tempo. Para isso, basta empurrar a alavanca de câmbio para a esquerda. O quadro de instrumentos ganha coloração vermelha, enquanto o mostrador do nível de potência é substituído por um conta-giros.

 
O único opcional do i8 é o aparelho de recarga rápida, chamado de Wallbox, que custa R$ 7.450. Com ele, o esportivo pode ser recarregado completamente em 2h30. Pode até compensar, tendo em vista a demora da recarga nas tomadas convencionais. Com 110V são 16 horas, e em 220V, 8 horas.
 
 

Ao volante

 
   Dar a partida no i8 é descobrir que não se trata de um veículo “qualquer”. Um som metálico é o sinal para o motorista saber que o veículo está pronto para sair. Nos primeiros metros, é estranha a sensação de estar em movimento e não ouvir o barulho de um motor.
   Basta pressionar o acelerador com um pouco mais de vigor para ver o 1.5 turbo acordar. Trata-se da mesma base do motor que equipa o Mini Cooper, de código B38. Porém, além da potência maior (231 cv, contra 136 cv do Cooper), o propulsor do BMW tem ronco muito mais encorpado.
Se no Mini ele é tímido, no i8, mais lembra um V8. Sem exageros, o propulsor grita forte e alto, impondo respeito, e fazendo esquecer que trata-se de um motor compacto. O resultado não poderia ser outro, senão retomadas vigorosas, mesmo quando só o motor a combustão está funcionando. Nas ocasiões em que o elétrico é acionado, a entrega de força é imediata, isso porque os 25,5 kgfm de torque são entregues imediatamente.
   Durante o teste, não foram percorridos trechos sinuosos, porém, em rápidas mudanças de faixa em rodovias, a direção do i8 se mostrou precisa. Por outro lado, em manobras urbanas, ela é bastante leve.
   Ao contrário de outros esportivos, o i8 utiliza pneus estreitos pare um veículo desta categoria, de medida 195/50 na dianteira e 215/45 na traseira. As rodas são de 20 polegadas. Tudo para melhorar o consumo, diz a marca, já que pneus mais estreitos possuem menor área de contato com o solo, reduzindo o atrito. Ao volante, a diferença é praticamente imperceptível
 

Centro das atenções

 
Se a mecânica do esportivo representa uma nova opção para veículos do gênero, o visual do i8 está anos-luz à frente de rivais, com um design exuberante, quase que extraído de um veículo dos filmes de Hollywood.
Na dianteira, o capô baixo, com faróis afilados e grandes fendas para entrada de ar, com elementos de plástico preto e azul, conferem ao esportivo um ar "invocado", mas ainda assim, característico da BMW.
A sensação é replicada olhando lateral e traseira do veículo. Esta última merece atenção especial, mostrando a personalidade do veículo ao dividir o conjunto ótico com uma passagem de ar. As luzes de seta ficam na porção superior, enquanto as demais luzes ficam abaixo.
 
  Até as portas são diferentes: elas possuem abertura para cima, do tipo tesoura. Só assim para facilidar a entrada em um veículo tão baixo.
 
   Com tanta "modernidade", o resultado não poderia ser outro. O i8 chama atenção por onde passa. É impossível passar despercebido rodando por Miami, cidade tomada por Ferraris e Lamborghinis. Durante o teste, houve até um homem que quase parou seu SUV no meio da rua para tirar uma foto.
 
   Enquanto o i8 era fotografado, próximo a uma escola, um grupo de estudantes se aproximou e um deles perguntou qual era o motor do esportivo. Ao responder que se tratava de um híbrido com motor 1.5 turbo de três cilindros, a surpresa, quase decepção, foi evidente. Mas bastou citar alguns números do desempenho do esportivo para acalmar o estudante, que logo pediu para fotografar o carro.

 

Assinatura azul

 
   Talvez, a maior ousadia no interior seja a disposição das saídas de ar-condicionado. A porção central é única, enquanto o passageiro possui duas seções com ajustes independentes. O restante da cabine tem visual mais conservador, similar ao dos demais veículos da marca.
 
   Estão lá a tela multimídia bem horizontal com seletor no console para controlar as funcionalidades, os comandos do ar-condicionado digital de duas zonas, as teclas de memória para estações de rádio (ou quando o GPS está ativo, as rotas salvas), seletores de modo de condução e a alavanca de câmbio que lembra um joystick. Tudo muito parecido com o interior do hatch compacto Série 1, que custa 7 vezes menos.
 
  Mas isso não significa que os materiais e a montagem sejam ruins. A combinação couro, aço escovado e plástico de boa qualidade é complementada por fileiras de LEDs azuis espalhadas pela cabine. Azul também é a cor dos cintos de segurança, do mesmo tom dos detalhes nos para-choques. Tudo isso marca a identidade visual da marca BMW i.

 

Aperto

 
   Os maiores incômodos em relação ao i8 estão relacionados ao espaço. Em teoria, o modelo transporta até quatro pessoas. Mas quem viaja nos “bancos” traseiros, está submetido a uma sessão de tortura, tamanho é o aperto da cabine.
 
   Os assentos são baixos, deixando o quadril abaixo da linha dos joelhos, enquanto o teto é baixo, deixando uma sensação desconfortável. A melhor recomendação é utilizar o espaço para abrigar as malas que não couberem no compartimento de bagagens.
 
 
  O porta-malas é localizado na traseira, e acomoda míseros 154 litros. Se preferir, o endinheirado dono pode encomendar da Louis Vuitton um conjunto de quatro malas, que podem ser acomodadas tanto no porta-malas como no banco de trás. O preço? O kit é vendido por R$ 77,1 mil, mais do que um Honda Civic LXR.
 
 
 
 
 

Conclusão


  Numa época de busca por eficiência energética e fontes alternativas de combustíveis, os esportivos acabaram tachados de “vilões”, com grandes, beberrões e poluentes motores a gasolina. Tentando reverter este quadro, marcas como Porsche e Ferrari apostaram suas fichas em novos superesportivos híbridos. Porém, ainda ostentam enormes motores gastões como principal fonte de energia.
 
   A BMW fez o contrário com o i8. Colocou um motor elétrico, com autonomia suficiente para o cotidiano da maior parte das pessoas e “complementou” o esportivo com um pequeno, mas feroz motor 1.5 de três cilindros. O i8 não é o carro mais potente ou veloz já feito. Mas, ao mesclar um visual sem precedentes com um eficiente conjunto híbrido, o BMW entrará para o hall dos veículos que, no futuro, serão lembrados por serem vanguardistas.


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Mteria Publicada por:
http://g1.globo.com/carros/noticia/2015/01/primeiras-impressoes-bmw-i8.html



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